quarta-feira, outubro 14

resposta.

Se fosse agradável aos ouvidos que me rodeiam, eu cantaria minhas alegrias e tristeza. Como não o é, eu escrevo. Escrevo aqui, plagiando uma querida, "minhas alegrias e outros sentimentos menos nobres". A tristeza é uma fiel companheira daqueles que gostam de registrar as palavras.

(Mas não tenha dó, não pense que sou ou estou rodeada de dor.
Pode ser tudo inventado ou copiado do sentimento de alguém.
Eu posso falar de tristeza enquanto o peito pula de alegria.)

Escrever algo é eternizar o que se sente. Uns fazem isso para mostrar ao mundo o que se passa no interior e outros, para relerem um tempo depois e sentir novamente tudo o que havia nas entrelinhas. Escrever e publicar é fazer com que algo fique gravado em pedras. A palavra lançada não volta e isso me atrái. Gosto da idéia de eternizar o que sinto ou penso. Talvez assim o constante medo de perder o que foi vivido diminua.

O meu blog é vazio. Eu divido as visitas com alguns fantasmas que aumentam a contagem, mas que nunca se pronunciam. E ainda assim é gostoso de escrever, registrar, ensaiar, falar balela, mandar recado, responder, dar direta, indireta, se declarar e pontuar as atitudes e sentimentos no meio de palavras soltas.

Houve vírgulas no caminho. Muitas até. Houve um tantinho de exclamações e interrogações. Sou transparente e nua, tudo que sinto, sou e quero registro para ser lido, para que saibam. É como a tatuagem que tenho, o fiz para registrar visualmente algo que se passa dentro, no meio e em baixo. Para se fazer ver o que os olhos não conseguem. Escrevo mal, feio e sem ordem não pra cansar você, meu leitor paciente, mas por não fazer questão de bancar a ordenada mentalmente. Não faço questão de cuidar de colocar o que não sou para que enxerguem uma Carol que não é essa. Escrevo "para que te lembres quando eu me for". Escrevo, registro e talvez o vento leve essas palavras por aí, pra qualquer um.

Eu queria ter o dom de fazer Haicais.

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