segunda-feira, julho 31

t.a.

feito um disco arranhado, meu cérebro quer comida, quer comida, quer comida...
feito uma máquina, meu corpo come e depois cospe.
cansa.

quinta-feira, julho 27

músicas que falam por mim.

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés
mas por dentro eu te devoro
Teu olhar não me diz exato quem tu és
mesmo assim eu te devoro,
te devoraria a qualquer preço
porque te ignoro ou te conheço
quando chove ou quando faz frio
...
Mas se quer saber se eu quero outra vida
Não, não
Eu quero mesmo é viver, pra esperar, esperar
devorar você

terça-feira, julho 25

eu amava meus pintos.

Consegui lembrar de onde vem o meu medo (TÃO significativo) de galinhas:

Quando eu tinha 4 ou 5 anos eu ganhei um pinto rosa choque e outro verde limão. Eles passaram a ser os meus dois filhos. Dava comida, colocava no berço, agasalhava, dançava pra eles, cantava, dava água e tudo o mais que se possa imaginar no que diz respeito a cuidar e agradar um ser amado.
Na minha cabeça, eu era a única pessoa do mundo inteiro a ter dois pintos daquelas cores e isso me deixava estupidamente feliz e orgulhosa.
Como eu estava muito apegada e temendo que eu contraísse, por causa deles, alguma doença, mamãe colocou-os dentro do viveiro de passarinhos pois assim os 03 cachorros, que antes eram meus filhinhos, não comeriam o "verdinho" e o "rosinho" (claro que eu não chamaria de rosinha o meu pinto macho).
Sofri feito recém casada que vê o amado com outra na hora do ato. Passava o dia inteiro indo visitá-los e imaginando que daqui uns dias eles dariam cria e eu teria infinitos pintinhos coloridos (eu tinha certeza de que as cores viriam feito sorteio. nasceria um azul, outro branco, outro lilás...). Era uma imagem tão linda, mas tão linda que eu não me continha.
Não sei por qual motivo eu passei uns dias sem ir vê-los. Não lembro se foi por viajar ou se foi, simplesmente, o esquecimento provocado pela ausência.
Eis que um belo dia minha mãe diz:
-Carolzinha, você nunca mais foi visitar seus filhinhos. Eles cresceram tanto.
Corri tanto que pareci ter criado asas. Como minha casa era grande e tinha um terreno maior ainda, desses que não se encontra numa capital a menos que se tenha muito, mas muito dinheiro, parecia que não chegaria nunca ao destino...
Era melhor nem ter chegado.
Ao ver Verdinho e Rosinho, eles eram dois galos feitos. Por causa da troca de penas - natural do crescimento - óbvio, que eles não estavam mais coloridos. Um tinha tons marrom e outro mais acizentado. Eram dois verdadeiros monstros. Lembro-me de ter dado dois passos pra trás e chorado feito noiva abandonada no altar e com o agravante de não saber por qual motivo já que tudo era um sonho tão colorido.
Minha mãe tentou me consolar como quem consolava um adulto. Jamais direi pra ela que frases como aquelas não devem ser ditas nunca pra uma criança: -Eles cresceram, meu amor.
(crescer é virar monstro?).


Acho que uns dias depois comi Verdinho e Rosinho mas depois daí nunca mais quis papo com galinhas. Quanto maior fiquei, mais repudiava qualquer tipo de ave. Morro de medo, não adianta. Quando vou pro interior do meu pai, ando feito soldado em guerra olhando pra todo canto.

quinta-feira, julho 20

céu.

Eu costumava comparar o brilho dos seus olhos com o brilho das estrelas. Hoje, só nelas que eu posso encontrar você. Posso continuar vendo você. Mas é até bom que seja nelas, pois não importa onde eu esteja você sempre estará comigo e nos encontraremos aonde quer que eu vá.

reverso.

Antigamente minha filosofia de vida era:
¨Nao torne fugaz o que pode ser eterno!¨
Hoje eu defendo exatamente o contrário.

segunda-feira, julho 17

uma cena de um dia passado.

tinha aprendido a dizer sem falar nada pois ouviu ele responder sem abrir a boca:
eu também te amo.

quinta-feira, julho 13

20 e poucos anos.

Desde quando não abraçar a futilidade, não sair de casa feito uma louca pra fila do Fortal e do Ceará music, procurar amigos e casos pela cabeça e não somente pela cara bonita é sinônimo de velhice?! Nem precisei me encher de rugas pra ser chamada de coroa! Daqui uns dias me aconselham um botox, pelo andar das coisas...
Eu, sinceramente, não entendo a essa minha geração. Não sei quais os princípios que guiam essas cabecinhas. Tentei muito já, mas nem vejo, sequer, necessidade mais. Desisti.
Quem sabe meu problema não seja velhice, mas um pouco de maturidade. Se fosse em outros tempos, eu levaria duas horas procurando argumentos pra convencer sobre isso, mas deixa pra lá...
Maturidade!
Enquanto tantos correm como se estivessem fugindo de um verdadeiro bicho, eu corri, desde muito cedo, ao seu encontro. Sabe quando se corre de braços abertos com um sorrisão? Pronto! Eu queria era mesmo abraçar pra valer e, se duvidar, ainda me deixava ser colocada nos braços e ser girada, como cena de novela mesmo.
De mãos dadas com meus 13 anos, ela me trouxe um grande amor de verão que durou 157.680.000 segundos de mais puro suspiro, delírio, entrega, tesão e ansiedade. Ela me pôs a prova tantas vezes. Me testou e me fez mulher cada vez mais. Depois de 05 anos vivendo num conto de fadas, sem ingenuidade mais, ela me fez mais velha ainda me levando de um extremo a outro. O riso anda de mãos dadas com o pranto, aprendi. Amei muito, mas sei que posso me entregar pra uma nova pessoa mais uma vez. E tantas quantas eu achar que pode dar certo. Tenho um alto poder de reciclagem. Demoro, mas controlo!
Agarrada com minhas experiências, a tal da maturidade me fez tia, me deu emprego, me fez rebolar pra aprender, me trouxe gente doente, gente nova, me fez beber, comer, me levou por uns bons lugares, me engajou na luta social, me libertou da estante de ursos e da caixa de brinquedos, me deu prateleiras de livro e cd’s arretados, me fez amar, chorar, engordar, pensar, sofrer, feliz...

[Claro, há MUITA coisa nessas entrelinhas.]

Meus 20 anos caminham de laços atados com a maturidade. Antes, eu achava que essa minha vontade de fazer o novo, de enxergar na frente, de buscar outro tipo de realizações que minhas amadas amigas de 20 e poucos ainda nem sonham, fosse parte de uma ansiedade de adolescente. Hoje tenho certeza que não. Já vi, vivi e aprendi uma boa bagagem pra hoje esperar por outros bocados já.
Cresci cedo, como os mais íntimos dizem com um orgulho muito maior do que eu mesma sinto, mas hei de crescer mais, óbvio, aos pouquinhos, me deliciando com cada coisa nova. Há muito, aprendi a relevar julgamentos. Não me importo se me acham infantil por esse jeito leve que eu tenho de levar a vida e muito menos se, depois de um convite carinhoso pra ouvir uma boa música, fumar um bom cigarro e tomar uma boa caipirinha, eu escuto: - Carol, deixa de ser coroa!

terça-feira, julho 11

1.1

O estranho e o inusitado é que são inspiradores.

segunda-feira, julho 10

1.0

O perigoso, o novo, o complicado e o difícil é que me atraem.

versos mudos.

há uma hora eu tento escrever todo esse sentimento que está na ponta da minha língua. é uma sensação boa, um desejo novo, uma vontade grande e uma ponta de medo. sei bem o que é, mas ele insiste em não sair.
desisto...

quarta-feira, julho 5

ano novo.

2006 tá começando agora...
comecei a perder os 15 kg que achei em agosto passado;
vi um modo de ser econômica e manter uma mísera poupança;
tenho dormido bem menos (ou quase nada);
fiz uma tatuagem;
coloquei um piercing;
plantei uma árvore;
tenho lido 3 livros por mês e estudado (muito até);
fui ao rio;
fui ao interior do meu pai;
fui pra china (essa viagem ficou por conta dos ingênuos funcionários que me atendem depois de ter dito que faltaria por uma semana pra ir ao oriente - até hoje me pedem fotos);
me libertei de saídas bobas.
e blá blá blá, blá blá blá e blá blá blá, ....

2006 trouxe uma paz (meio torta), mas boa. 2006 levou a constante presença do passado.

se daqui pra frente, tudo vai ser diferente, que eu me adapte nesse meu mundo novo.
(que pra ser novo, de fato, precisa de você) - jamais entrei no seu mundo e jamais te convidei pro meu.

mas se esse encontro nunca se fizer, 2006 já terá valido a pena. só pelo tanto de coisas que pensei que "poderiam ter sido!"

terça-feira, julho 4

lembrete

nunca subestime um sorriso de menina.