quinta-feira, agosto 11

Grito mudo e isolado

O telefone que não toca. Me falta a calma que te sobra. Depois, ensaio um sorriso e finjo estar tudo bem. Tudo para não atrapalhar o riso dos olhos puxados. Pensei: se é para não desatar os laços que doem, eu desamarro os nós. Jogo, ao vento, as folhas secas, os galhos, os espinhos. Agora, sou só torcida para que o coração não traga o que a cabeça insiste em deixar pra lá.

Desabafo

A chama acesa do teu cigarro bêbado queimou o riso que me era tão leve há tanto tempo. Mas, de ti, não guardo raiva, não guardo rancor. Não guardo nada teu. A dor, essa é minha e, como todas as outras, passará.

Sobre ir e levar a tua dor

Tu és cruel, garota. Chega e aponta o dedo, magoa a ferida, entra não é bem vinda e se faz em casa onde não és. Tu és insensível, garota. Ignora os ocorridos, o sentido. Pega o espelho e veja o reflexo do teu egoísmo, garota. Tu és falsa, fingida, traíra e leva a perder o que nunca saberias estimar. Tu és fria, chata, boba e desajuda o amor. E, quem desajuda o amor, garota, contraria a própria vida, seca o ar. Vai-te, garota, vai-te que nada de bom tu me trazes.