domingo, abril 11

Em que lugar a gente se perde a ponto de não ver mais o monstro no espelho?

Como em um Lego, as peças vão se sobrepondo. Fazendo a torre crescer. Ela cuida para equilibrar, mas as mãos são fraquinhas. Ela não consegue firmar uma peça na outra. Falta força. A torre sobe meio torta. Qualquer vento vai balançar. Qualquer chuva, fazer cair. Mas a torre cresceu com as cores cuidadosamente colocadas uma ao lado da outra. De modo que, ao olhar de longe, dê a cada um uma vontade grande de fazer parte do conto-de-fadas. Tirar a cor seria parar a brincadeira. Se é para sonhar, que seja completo. Ela cuida da forma, cor, disposição e ordem de cada pedaço colocado. Quem vê de fora, não entende. Nem nunca entenderá...

Há monstros, bruxas, gnomos, príncipes e princesas em torno da sua história que só fechando os olhos para conseguir entender...

'nem sempre é so easy'

Há horas em que tudo vai mal. Ninguém te escuta e, se o faz, não entende. Te culpam por sofrer, querem arrancar as últimas migalhas que te restam. Te fazem sombra. Não que o mundo seja um arco-íris. Ele não é. Mas não precisa refletir o lado podre da sua pior parte. Os dias amanhecem, mas as coisas somam. Uma bela tarde de chuva de domingo te vomita certas palavras, que não foram digeridas, entendidas, engolidas. E não importa o quão forte você seja. Elas doem. Não importa o quão fraco você esteja, elas chegam. A vida bate forte, mas te rodeia de pessoas. O problema é que há barulho demais para que elas possam ouvir qualquer coisa. O pedido de socorro fala baixo e com fantasias e o caos não o faz ser compreendido. Não importa o tapa, o importante é seguir. É limpar a ferida, colocar um curativo, esperar fechar e torcer pra não ficar cicatriz. Depois disso, basta seguir.